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Raul Moraes

Irmão mais velho de Edgar Moraes, foi Raul, músico formado na Alemanha, que deu ao irmão mais novo as primeiras lições musicais. O músico recifense Raul Corumila de Moraes (1891-1937) ganhou o epíteto de “Príncipe das Marchas-de-bloco”. Entretanto, esse compositor, letrista, pianista e arranjador produziu, em seus 46 anos de vida, um grande repertório de ritmos variados, do tango à valsa, do fox-trote à marchinha, do frevo-de-bloco ao fado, passando por classificações curiosas, assinaladas por ele próprio, como samba carnavalesco, canção regional ou cantiga carnavalesca. Começou como pianista nas casas de diversões do Recife, como o Café Chic Juventude e o Cine-Teatro Helvética. Em maio de 1910, foi contratado para acompanhar uma dupla de cançonetistas em excursões pelo Norte e Sul do País. Em decorrência, recebeu convite para atuar como professor da Academia de Canto Musical de Porto Alegre, onde viveu durante dez anos, regressando ao Recife em 1920. Participou de diversos festivais de música no Recife. Como maestro, atuou na Rádio Clube de Pernambuco. Excursionou por diversos países, tais como Argentina, Portugal e Alemanha. Está presente na discografia brasileira desde 1918 com o samba carnavalesco Iaiá me Diga, gravado por Geraldo Magalhães e lançado pela gravadora Phoenix, sob o nº 240. Em 1974, a fábrica de discos Rozenblit lançou o LP Edgar e Raul Moraes, onde o pesquisador Leonardo Dantas resgata algumas músicas inéditas de Raul e Edgar Moraes.










Seu nome está indissoluvelmente ligado ao Carnaval de Pernambuco. Mas andava esquecido. Essa lacuna foi coberta, com o lançamento, em fevereiro, pela Editora Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco, da monografia Raul Moraes – Repertório Variado, organizada pelo jornalista e historiador Leonardo Dantas Silva. O ponto alto do trabalho é a reprodução, em fac-símile, de partituras originais e letras de 25 composições de Raul, irmão de outro músico famoso no Carnaval pernambucano – Edgar de Moraes.
Autor de composições que marcaram as décadas de 20 e 30, Raul Moraes havia sido lembrado em 1957 pelo maestro e compositor Nelson Ferreira que, na sua célebre Evocação, cita dois versos da marcha-regresso do Bloco das Flores, composta em 1924: “Adeus, adeus minha gente, que já cantamos bastante”...
Depois disso, não se voltou a falar (ou a ouvir) as músicas de Raul.
Fonte: Revista Continente
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