Benedito Alirio Moraes de Melo, filho de Almerinda Gomes de Andrade e José Alirio Moraes de Melo, pernambucano do Recife, nasceu em oito de dezembro de 1933, no bairro de São José onde cursou o primário (Escola Particular Mista da Freguesia de São José) e o colegial (Colégio Porto Carrero). 

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Um menino cheio de sonhos, alegrias, rico de amizades, que iniciou sua carreira de músico de forma autodidata. Começou a cantar e tocar violão aos 5 anos de idade, apenas porque observava e admirava os familiares e amigos desfrutando das alegrias da música com seu avô, Zé de Andrade e sua mãe, Dona Linda, que tocavam violão e os tios China e Alcides que tocavam bandolim e cavaquinho, além do mais, eram acompanhados por Zé do Carmo e Armandinho. Nesse clima de músicas, sentimentos e inspiração, o menino Alirio foi crescendo e despertando dentro de si o compositor que possuía como palco e fonte de inspiração o  Bairro de São José, que serviu de tema para quase todas as suas músicas, inclusive uma delas foi premiada pela prefeitura da Cidade do Recife no ano de 1974, cujo título chama-se “Bairro de seus Amores”. Segundo o cantor pernambucano José Tobias é a música carnavalesca mais bonita que tem conhecimento.

 

Aos 20 anos iniciou sua vida profissional e começou então a mudar os rumos da sua vida. Formou-se professor de Letras Neo-Latinas na Faculdade Católica de Pernambuco, exercendo a função de professor de português e latim no Colégio Padre Felix e ao mesmo, tempo estudava Direito na Universidade Federal de Pernambuco, de onde saiu formado.

 

Boêmio convicto vivia sempre cercado pelas moças do bairro, entretanto, seu coração foi tomado por uma paixão tão forte por “Dadá”, que o levou ao Altar. Casou aos 29 anos e dedicou toda sua vida, intensamente e tão somente, a família, ao trabalho e a sua música. Quando questionado sobre o acontecimento mais importante de sua vida, respondeu sem hesitar um só instante: meu casamento, dos quais nasceram seus cinco filhos: Alirio, Carla, Paula, André e Alan.

 

Advogado, Procurador Federal aposentado, conseguiu exercer mais de 40 anos de profissão dignamente.

 

De um coração livre de preconceitos e cheio de amor surgiu o poeta compositor de músicas populares. Foi sócio fundador da Escola de Samba Estudantes de São José no bairro de São José e viveu no ano da estreia do bloco um fato pitoresco: não pode desfilar, pois à época, não possuía um “sapato preto”, exigência para compor o figurino dos desfilantes. Então lá foi o jovem Alirio, segurando a corda do bloco e brincando com toda euforia que seu coração pôde conter.

 

Além do mais, foi compositor do Bloco Pierrot de São José, desde a sua criação, fez também música para o Bloco Donzelos de São José, as Meninas da Bolsinha de Ouro, O Galo da Madrugada, as Traquinas de São José e ainda, as Donzelas de São José.

 

Assim era Benedito Alirio Moraes de Melo um ser tão simples e admirável, que não negava nada a ninguém, mesmo se estivesse em alguma dificuldade, nos deixou uma frase muito bonita para guiar-nos na estrada da vida: “Acreditar nos sonhos, mantendo a cabeça nas nuvens e os pés no chão”.

 

 Breves comentários de Benedito

 

Frase importante: Só o amor constrói

Livro indicado: Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa

Poema: Os Lusíadas, de Luís de Camões

Cantor preferido: Emílio Santiago

Cantora preferida: Elis Regina

Compositor: Chico Buarque de Holanda

Uma música: My way  de Paul Anka

Acontecimento triste para o País: Golpe Militar de 1964

Acontecimento feliz no mundo: final da Grande Guerra

Pessoa admirada em nosso País: Oswaldo Cruz

Pessoa admirada no mundo: Bertrand Russell autor da frase “Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade”.

Lugar mais amado do mundo: “meu próprio quarto” foram suas palavras.

Maior invenção do homem: a roda

Paixão incontrolável: time do Santa Cruz.

Comentário dos amigos de Benedito Alirio

Paixão que moveu sua vida: pela esposa Aldair (a Dadá).

Informações enviadas para este site por familiares através de e-mail por Fernando Moraes, a quem agradecemos o contato. 

 

Compôs diversos frevos, principalmente frevos-de-bloco, que são cantados até hoje no carnaval de Recife. Em 2008, teve as músicas "Lágrimas de Pierrot" e "Mil pierrots", de sua autoria, gravadas pelo cantor e compositor André Rio, no CD "Cem carnavais", de produção independente. Primo do maestro Zé Menezes (de quem foi parceiro), é pai do cantor André Rio.

Faleceu em 1999 aos 71 anos de idade.

Fonte: Dicionário Cravo Albim da MPB