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Francisquinho
Francisco Dias Araújo
Falar da Orquestra Marajoara de Sertânia, sem dúvida nenhuma, é um convite a relembrar a expansão musical pelo sertão pernambucano. Seus membros fundadores foram frutos do semeador da ciência musical por essas bandas, o imortal Mestre Ulisses de Belo Jardim, já com quase um século de vida dedicada à música, e, que vai encontrar seu ápice, como, professor e verdadeiro bandeirante musical, o maestro Francisquinho, fundador da Orquestra Marajoara, que foi seu aluno. A História da Marajoara está intimamente ligada a História do maestro Francisquinho, um não existe sem o outro, é impossível falar em futebol sem tocar no nome Pelé, da mesma forma é impossível falar na Orquestra Marajoara sem a figura de Francisquinho, o Pelé da música brasileira.
Tendo isso, as raízes da Orquestra Marajoara datam o dia 16 de junho de 1924 na cidade de Teixeira, Paraíba,com o nascimento Francisco Dias Araújo – Francisquinho – que iria dedicar sua vida basicamente à música. Criança ainda, teve que migrar ( à pé ) para Sertânia, juntamente com seus pais e 3 irmãos mais novos, devido a rixas políticas. Em Sertânia, ingressou na escola de música, que tinha como professor o Mestre Ulisses, acompanhado por seus irmãos mais novos José Dias (Ziro) e Demétrio dias Araújo. Logo, Francisquinho se destacou entre os demais pela sua habilidade de escrita musical incomum, pelo seu ouvido absoluto e pela facilidade de arranjos musicais, dedicando-se ao clarinete, tendo também muita habilidade com saxofone e violão, seus irmãos, Ziro dedicou-se ao Sax Tenor (com um sopro tão macio, que até hoje é lembrado por aqueles que lhe acompanharam), e Demétrio ao Trompete (de habilidade sem igual, destacando-se pelas as sonoras notas agudas que tirava com muita facilidade, fazendo escola neste ponto).
Na década de 1940, junto com os irmãos, Francisquinho resolveu a formar um grupo que veria ser o molde da futura Marajoara, a Sertânia Jazz, com curta duração. Após o fim da Sertânia Jazz, Demétrio seguiu para o Recife, onde tocou na Rádio Tamandaré com os maiores nomes da música pernambucana da época e, Francisquinho, por sua vez, seguiu para João Pessoa, onde teve contato com Severino Araújo e a Orquestra da Rádio Tabajara. No final da década de 40, ambos de volta para Sertânia, decidiram formar uma Orquestra com base nas experiências que tiveram fora, mas faltava o nome da Orquestra. Por acaso, Demétrio pegou em seu rádio uma estação com o nome Marajoara, gostou do nome e levou a sugestão para Francisquinho que aceitou de imediato e, convidando o irmão Ziro nascia a lendária Orquestra Marajoara de Sertânia, a Orquestra mãe do interior pernambucano e que fez escola.
Junto com o crescimento quase instantâneo da Marajoara, crescia também a sensibilidade musical de Francisquinho, principalmente na esfera da composição musical, desenvolvendo, desse modo, uma sólida identidade para a Orquestra, que, aos 25 anos de idade já deixa registrado o frevo de rua “Hugo no Frevo” em disco de 78rpm. A partir daí, o alavanque da Orquestra Marajoara que, saindo de uma cidade até então inexpressiva musicalmente, para o patamar de melhor Orquestra do nordeste brasileiro foi natural, como também foi natural a consumação de Francisquinho como um dos maiores compositores do Brasil.
Fonte: http://www.alvinhopatriota.com.br/2013/12/francisquinho-e-orquestra-marajoara-origens-da-orquestra-marajoara-de-sertania/
Obtenha mais informações sobre este compositor acessando a página do professor Josessandro Andrade, de onde obtivemos a foto que estampa a nossa página.
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